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Melhores Investimentos

Flexibilização no mercado de trabalho

28 de agosto de 2009 by melhoresinvestimentos Leave a Comment

Esta semana foi realizada a primeira discussão na Comissão Geral da Câmara dos Deputados, sobre a redução da jornada de trabalho, que é defendida pelos sindicalistas, que entendem que, com a aprovação desta emenda à Constituição, haverá uma melhoria na qualidade de vida dos trabalhadores e que será acompanhada da criação de mais empregos.

De forma simples, pressupõe a idéia de que se 10 trabalhadores são requeridos para executarem uma tarefa em uma semana (o que, de acordo com a lei vigente iria requerer um total de 440 horas), então com a aprovação da emenda as empresas teriam incentivos para contratarem mais um trabalhador, o que resultaria em uma melhoria para os trabalhadores ocupados e também a criação de mais um emprego.

Mas este argumento na realidade evidencia a elevação dos custos para as empresas, e, conseqüentemente, dos preços dos produtos e serviços, ônus que deve ser repassado para a população, que resultaria em uma redução da demanda dos produtos e serviços e podendo, inclusive se refletir em demissões. Ou seja, ao invés de promover empregos pode eliminar alguns postos de trabalho, sobretudo se considerarmos que para manter a competitividade, o setor produtivo tende a ampliar a automação.

Vale destacar que uma jornada de 40 horas já faz parte da realidade da maioria das grandes corporações e, desse modo, tal medida tende a afetar mais fortemente as médias e pequenas empresas. Portanto a aprovação dessa emenda irá representar um retrocesso no processo de fortalecimento da nossa economia, sobretudo se considerarmos o estágio atual de desenvolvimento que nos encontramos, em que está sendo feito todo um esforço de valorização das médias e pequenas empresas.

Este pode ser um bom momento para a sociedade discutir sobre as condições do mercado de trabalho e quem sabe iniciar um processo que estabeleça condições mais favoráveis que visem flexibilizar as relações de trabalho e que valorizem a livre negociação entre trabalhadores e empresários.

Postado por Paulo C. Coimbra

http://pccoimbra.blogspot.com/

Filed Under: Empresas

Arbitragem: BOVA11 x INDFUT

26 de agosto de 2009 by melhoresinvestimentos Leave a Comment

Uma boa alternativa para quem procura segurança em seus investimentos e está cauteloso diante a forte recuperação da bolsa nos últimos meses – tendo como objetivo se defender de eventuais correções, sem precisar mexer em suas ações – seria fazer uma arbitragem entre o ETF (exchange-traded fund) BOVA11 com o índice futuro. Para um investidor pessoa física fica muito dificil manter uma carteira equivalente ao Ibovespa, seja pela grande quantidade de ações que compõem o índice, como também pela dinâmica com que ele é atualizado periodicamente.

Uma posição carregada apenas por bluechips também não representa com fidelidade o comportamento geral da bolsa, apesar do elevado peso de ativos como Vale, Petrobras, Itau, Bradesco, Usiminas, entre outros. Hoje em dia, muitos papéis de setores como construção, telecomunicações, ou energia, vêm apresentando um desempenho destacado.

No caso de BOVA11, como ele espelha o Ibovespa – ao contrário do PIBB que toma por base o IBrX50 – torna-se simples a arbitragem com o INDFUT. Para cada 1000 BOVA11 dá para operar 5 minicontratos na BM&F. O beta é igual 1 fazendo um hedge praticamente perfeito. Em se tratando do índice cheio, isso equivaleria a 1 contrato. Mas como os lotes negociados são, geralmente, em múltiplos de 10, para gerar uma paridade financeira, seria preciso uma quantidade maior do ETF, o que exige mais aporte de recursos na montagem por pequenos investidores.

Comparando a similaridade no comportamento de ambos, ressalvadas as mudanças de série a cada vencimento nos contratos futuros, os gráficos demonstram um desempenho bastante correlato, em que a maior variável é a taxa de juros no período considerado, além da expectativa de evolução no mercado à vista.

Arbitragem BOVA11 x INDFUT

O volume diário e número de negócios em BOVA11 ainda não está muito grande, mas já oferece liquidez suficiente para avaliar a aplicação da estratégia em condições normais de pregão.

Abs ^v^

Filed Under: Bolsa de valores

A Economia de Consumo

24 de agosto de 2009 by melhoresinvestimentos Leave a Comment

A crise financeira de 2008 gerou uma idéia contagiante que se espalhou rapidamente: a de que a causa fundamental da crise foi o consumo excessivo, e que isso precisaria ser contido de várias formas.

Primeiro, é preciso lembrar, esta crise financeira foi causada pela crença exagerada nos modelos econométricos desenvolvidos pela Escola de Chicado, baseados em simplificações da realidade, como “expectativas racionais”, “curvas gaussianas”, e assim por diante, como exposto nos livros de Nassim Taleb. Não foi somente ganância, como muitos estão querendo vender, nem alavancagem para comprar casas próprias.

Segundo, o consumo excessivo é o consumo americano.

6 bilhões de habitantes do mundo querem ter pelo menos 25% do que o americano médio consome hoje.

Assim sendo, o consumo do mundo irá crescer exponencialmente, e será nossa função, como administradores, gerar esta produção da forma mais sustentável possível. E não conclamar os pobres a consumirem menos.

É muito fácil um Professor de Harvard sair criticando o sistema de “produção” e continuar a viajar de avião até Washington para participar de um debate sobre ecologia, sem reduzir em absolutamente nada o seu consumo. Deveria tentar reduzi-lo em 75%, no mínimo.

É muito fácil um intelectual escrever um artigo sobre “Consumo Consciente” no jornal mais importante do país, totalmente alheio ao custo de derrubar uma árvore, transportar seu artigo km até o Amapá quando usar a internet seria mais correto.

É muito fácil criticar a redução de 15% da floresta tropical depois que europeus e americanos terem destruído 100% das florestas temperadas.

O custo para termos um mundo sem carbono é estimado em 3 trilhões de dólares. Cedo ou tarde, teremos de arcar com esse custo. De onde virão esses 3 trilhões?

Governos ainda não adotam técnicas de administração criadas em 1960, como “Orçamento Base Zero”, em que todas as despesas do ano seguinte são analisadas do zero.

Normalmente, projetos de governos anteriores têm certos “direitos adquiridos”, e novos projetos de governo são sempre custos adicionais — e por isso os impostos não param de subir. Criou despesa, ficou.

Eu acredito que temos cientistas capazes de produzir soluções, especialmente em energia solar, as quais nos permitirão captar energia sem dano ecológico algum. Esta energia será, no mínimo, 10 vezes maior do que precisamos atualmente. Poderemos usar esta energia até para limpar o dano já feito.

Ecologistas estão defendendo a segunda lei da termodinâmica. Só que o mundo organizado requer energia — não há como escapar.

Eu tenho certeza de que seremos capazes de reinventar produtos e serviços de forma mais sustentável. E é o que estamos fazendo, mas ninguém comenta. Exemplos:

1. Substituímos milhões de cartas, carteiros, correios e papel por e-mails. Lutamos anos a fio contra os alguns intelectuais porque estávamos desempregando os carteiros. Não há soluções perfeitas.

2. Substituímos milhões de discos em vinil, em plástico, que duram 100 anos nos depósitos de lixo, por arquivos de mp3.

3. Criamos uma economia de serviços que hoje representa 70% do PIB, a qual, a rigor, não é nada mais que uma troca de favores entre pessoas. Você cuida da contabilidade de minha clínica e eu cuidarei de você quando doente. O setor industrial, o ecologicamente mais problemático representa menos do que 15% do PIB. O resto é agricultura e mineração.

Reduzir o consumo não é a bandeira correta, apesar de milhares de intelectuais estarem pregando isso em sala de aula. No entanto, eles, ao contrário de seus jovens alunos, já têm tudo o que querem: uma casa, um carro, uma aposentadoria etc.

A idéia de que o “big business” e o “corporation” são ruins, e que os “ecologistas” são o lado bom da sociedade, é simpática para quem não está pensando nos 6 bilhões de seres humanos que gostariam de ter 25% da renda e da capacidade de consumo destes próprios ecologistas.

Administradores socialmente responsáveis agem de modo diferente dos empresários e capitalistas que, segundo os ecologistas, teoricamente dominam o mundo. Nossa missão é produzir tudo de forma responsável, mas somos politicamente fracos, não sei porque.

Stephen Kanitz

Filed Under: Economia

A fábrica de dinheiro e o déficit fiscal

22 de agosto de 2009 by melhoresinvestimentos Leave a Comment

Há algum tempo temos acompanhado entre os desdobramentos da crise, as medidas para preservação da liquidez mundial de forma a manter a integridade de todo o sistema financeiro. Destaca-se neste cenário o papel dos EUA, responsável pela maior parcela de toda riqueza produzida no planeta – em função do alto nível de consumo gerado por sua população

Considerando os esforços de todos os bancos centrais, da América e Europa, foi despejado um volume sem tamanho de dinheiro impresso na economia. E essa conta ainda não foi paga. A fatura pode vir acrescida de juros maiores, do aumento no déficit (já enorme), de um recrudescimento da inflação (hiper?), e a perda de valor do dolar – resultando na necessidade de adoção de uma outra moeda mais estável como referência para as transações internacionais.

Além de tudo, a China, celeiro de mão-de-obra barata, compradora de matérias-primas e responsável por grande parte do ritmo de crescimento da economia global nos tempos atuais, têm sido a maior financiadoras do déficit americano, devido à enorme quantidade de títulos do tesouro que detêm em carteira. Se em algum momento o país resolver se desfazer de seus papéis (ou parte deles) e o emissor não tiver condições de assimilar a recompra, o problema ainda tenderia a se agravar mais caso os ativos venham a ser oferecidos em mercado.

Foi isso que eu comentei ainda no início da semana, quando avaliava que tipo de investimento poderia trazer segurança em uma revirada na tendência de recuperação que se instalou nestes últimos meses. Qual seria a aplicação que pode oferecer rentabilidade, liquidez e algum conforto aos investidores: o mercado de ações, a renda fixa, commodities?

Se a água disponível para uso e o ar que respiramos pudessem ser precificados, fatalmente estariam entre os mais valorizados ativos do mercado. A busca pelo desenvolvimento penalizou em demasia a qualidade de vida na Terra, tornando a água própria para o consumo escassa em diversas regiões e a atmosfera “pesada” com a emissão de gases altamente danosos após a queima do petróleo e seus derivados.

A expansão desenfreada dos parques industriais, em busca de maiores lucros para as empresas e conglomerados, sem a devida preocupação ambiental, também vai cobrar o seu preço das próximas gerações que estão por vir.

Bem, tudo isso vem sendo escrito e comentado aqui no Fórum do Monitor Investimentos, no blog Seagull Trading e nos demais espaços que participo como colaborador, como o TiB.

No meio da semana foi publidado um artigo de Warren Buffett no The New York Times tratando desse mesmo assunto. Com o título “The Greenback Effect”, o megainvestidor norte-americano afirmou com todas as letras que o deficit fiscal dos Estados Unidos (na ordem de US$ 180,6 bilhões, no mês de julho) ameaça a economia do país.

Buffett não deixou de elogiar as ações tomadas pelo Federal Reserve, que evitaram um colapso do sistema financeiro com o derretimento da economia do país, que se encontra agora em gradual recuperação.

Entretanto, ele enfatiza que a “fábrica de dinheiro” gerou um alto nível de dívidas que pode alimentar a inflação no futuro. Para o presidente da companhia de investimentos Berkshire Hathaway, enormes doses de remédio monetário continuam a ser administradas e, logo mais, “teremos que lidar com os seus efeitos colaterais.” Segundo ele, mesmo com a economia reanimada e o nível de atividade industrial restabelecido, não será possível gerar receitas suficientes para compensar o tamanho do déficit. Os políticos provavelmente não vão querer aumentar impostos ou frear os gastos e podem optar por silenciosamente deixar a inflação subir, um movimento que “confiscará” riquezas fragilizando ainda mais a economia americana.

Na sua opinião, uma vez que a recuperação esteja garantida, o Congresso deve encerrar o aumento da relação entre dívida e PIB e manter suas metas de crescimento alinhadas com o crescimento de suas fontes de recursos.

A íntegra do texto em seu formato e idioma original pode ser acessada no NYT

Autor do blog Pequeno Investidor, Fabio Portela fez uma tradução livre do texto:

Efeito “Greenback”: o alerta de Warren Buffett

“Na natureza, cada ação tem conseqüências, um fenômeno chamado de efeito borboleta. Essas conseqüências não são necessariamente proporcionais. Por exemplo, ao dobrar as emissões de dióxido de carbono, nós enviamos para a atmosfera muito mais que o dobro de problemas subseqüentes para a sociedade. Consciente disso, o mundo apropriadamente se preocupa com o emissões que causam o efeito estufa.

O efeito borboleta também alcança o mundo financeiro. Aqui, os Estados Unidos estão lançando uma substância potencialmente danosa em nossa economia – emissão de dólares (greenback emissions).

Para ter certeza, estamos fazendo isso por uma razão que eu aplaudo calorosamente. No último outono, nosso sistema financeiro esteve à beira de um colapso que ameaçou se tornar uma depressão. A crise exigiu que nosso governo mostrasse sabedoria, coragem e decisão. Felizmente, o Federal Reserve e agentes econômicos importantes tanto do governo Bush quanto do governo Obama responderam habilidosamente quando necessário. Eles cometeram erros, é claro. Como poderia ser diferente quando pilares supostamente indestrutíveis de nossa estrutura econômica estavam caindo sobre eles? O derretimento, contudo, foi evitado, e uma injeção de dinheiro federal teve um papel essencial no processo.

A economia americana está fora da UTI e parece estar em um caminho devagar para a recuperação. Mas enormes doses de medicina monetária continuaram a ser administradas, e logo teremos que lidar com seus efeitos colaterais. Por agora, muitos de seus efeitos são invisíveis e podem permanecer latentes por muito tempo. Apesar disso, sua ameaça pode ser tão grande quanto a posta pela própria crise financeira.

Para compreender essa ameaça, precisamos olhar para onde estamos historicamente. Se deixarmos de lado os anos impactados pela guerra entre 1942 e 1946, o maior déficit anual dos Estados Unidos desde 1920 foi de 6 por cento do produto interno bruto. Nesse ano fiscal, contudo, o déficit vai aumentar para aproximadamente 13 por cento do PIB, mais que o dobro do record dos anos de paz. Em dólares, isso equivale a US$ 1.8 trilhões. Do ponto de vista fiscal, estamos em território desconhecido.

Em razão desse déficit gigantesco, a dívida líquida do país (isto é, a quantia possuída publicamente) está crescendo. Nesse ano fiscal, ela irá aumentar mais de um por cento por mês, escalando de 41 % para aproximadamente 56% do PIB. Outros países, como Japão e Itália, têm taxas muito maiores e ninguém pode saber o nível preciso da relação entre dívida líquida e PIB na qual os Estados Unidos perderão sua reputação de integridade financeira. Mais alguns anos como esse e saberemos.

Um aumento na dívida federal pode ser financiado de três maneiras: podemos pegar empréstimo de estrangeiros, empréstimo de nossos cidadãos ou, pegando um caminho indireto, imprimir dinheiro.Vamos olhar para as perspectivas de cada alternativa individualmente – e de maneira combinada.

O déficit contábil atual – dólares que devemos ao mundo e que agora precisam ser investidos – será de US$ 400 bilhões esse ano. Assuma, em um cenário relativamente benigno, que tudo isso é dirigido por seus credores – a China lidera a lista – para comprar a dívida americana. Não esqueça que essa alocação integral no tesouro não é certa: alguns países podem decidir que comprar ações de empresas americanas, imóveis ou companhias inteiras faz mais sentido do que investir em títulos do tesouro. Insatisfação com relação a esse efeito têm começado a aumentar recentemente.

Então pegue o segundo elemento do cenário – pegar empréstimo de nossos próprios cidadãos. Assuma que os americanos economizam US$ 500 bilhões, muito além do que eles têm economizado recentemente, mas talvez consistente com a mudança de humores recente. Finalmente, assuma que todos esses cidadãos optem por colocar todas as suas economias em títulos do tesouro (parcialmente, por meio de bancos intermediários).

Mesmo com essas pressuposições heróicas, o Tesouro terá que ser obrigado a encontrar mais US$ 900 bilhões para financiar o restante dos US$ 1.8 trilhões de dívida que está emitindo.

A fábrica de dinheiro e o déficit fiscalAs impressoras de dinheiro de Washington terão que fazer hora extra. Desacelerá-las irá requerer extraordinária vontade política. Com as despesas governamentais equivalendo a 185% das receitas, serão necessárias mudanças drásticas nos impostos e nas despesas. Uma economia ressuscitada não pode chegar perto de resolver esse tipo de problema. Os legisladores deverão corretamente perceber que aumentar os impostos ou cortar despesas irá ameaçar sua reeleição. Para evitar esse destino, eles podem optar por altas taxas de inflação, o que nunca requer um voto registrado e não pode ser atribuída a uma ação específica de qualquer representante eleito.
De fato, John Maynard Keynes, há muito tempo, estabeleceu um mapa para a sobrevivência política no meio de um desastre econômico desse tipo: “Por meio de um processo contínuo de inflação, os governos podem confiscar, secretamente, uma importante parte da riqueza de seus cidadãos… esse processo recruta todas as forças escondidas da economia para o lado da destruição, e faz isso de um modo que nenhum homem em um milhão é capaz de diagnosticar”.

Quero enfatizar que não há nada de mau ou destrutivo em um aumento de dívida que seja proporcional a um aumento na renda ou no patrimônio. Quando os recursos de indivíduos, empresas e países crescem, cada um pode lidar com mais dívida. Os Estados Unidos permanecem de longo o mais próspero dos países da Terra, e sua capacidade de suportar déficits crescerá no futuro como cresceu no passado.

Mas era um homem sábio quem disse: ” Tudo o que quero saber é onde vou morrer, para que nunca vá até lá”. Nós não queremos que nosso país tenha a economia de República das bananas descrita por Keynes.

Nosso problema imediato é colocar nosso país de volta a seus pés e florescendo – “custe o que custar” ainda faz sentido. Uma vez que a recuperação esteja estabelecida, contudo, o Congresso precisa acabar com o aumento na relação entre dívida e PIB e manter o crescimento de nossas obrigações em linha com o crescimento de nossos recursos.

A emissão descontrolada de carbono irá provavelmente causar o derretimento de icebergs. A emissão descontrolada de dinheiro (greenback emissions) certamente irá levar ao derretimento do poder de compra. O destino do dólar está com o Congresso.”

Imagens: CNBC e New York Times

 

Filed Under: investimentos

Modelos Macroeconômicos

19 de agosto de 2009 by melhoresinvestimentos Leave a Comment

Recentemente, iniciou-se um enorme debate, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, a respeito da utilidade do atual arcabouço teórico econômico, o qual e utilizado pela maioria dos pesquisadores e ensinado nos cursos de graduação e pós-graduação das principais universidades ao redor do mundo. A meu juízo, a discussão em si é bastante válida, pois este tipo de reflexão serve de base para inovações teóricas e práticas que contribuem para o avanço de qualquer ciência. Aproveito esta oportunidade para expor o meu ponto de vista sobre alguns aspectos relacionados ao tema, com ênfase na complexidade dos modelos econômicos.

Em geral, entendo que não ha excesso de matemática nos modelos mainstream, especialmente os modelos macroeconômicos mais importantes. As principais contribuições teóricas e empíricas em macroeconomia, os artigos seminais os quais revolucionaram o campo e servem de base para elaboração de políticas publicas, todos eles são, essencialmente, grandes idéias formalizadas de forma relativamente simples e intuitiva. Ainda que eventualmente contenham um pouco mais de estrutura matemática ou estatística, no seu âmago reside uma forma brilhante de pensar a respeito de um problema da realidade. Talvez a maior dificuldade com a pesquisa macroeconômica seja uma certa escassez de boas idéias, não excesso de formalização.

Modelos Macroeconomicos

E muito difícil gerar idéias inovadoras ou revolucionárias a todo o momento. Estas ocorrem esporadicamente, fruto de contínuo esforço de mentes privilegiadas. Na maior parte do tempo, tais inovações simplesmente não surgem. Na ausência de um grande insight, o macroeconomista, bem como qualquer pesquisador em outras áreas, tende a relaxar hipóteses existentes em modelos anteriores ou considerar pequenas extensões de pesquisas passadas. Estas modificações sempre requerem maior grau de formalização matemática ou estatística, sendo que os resultados finais são, via de regra, marginalmente diferente. Como a maioria dos artigos publicados pertence a esta categoria de contribuições marginais, fica-se com a sensação de que há muita matemática para pouco conteúdo.

Isso não significa, necessariamente, que devamos mudar completamente o curso da pesquisa macroeconômica. Em primeiro lugar, esta é uma atividade que envolve riscos: é difícil saber com antecedência quando uma linha de pesquisa será muita ou pouco produtiva. Em segundo lugar, medir a produtividade ou relevância da pesquisa em macroeconomia não é tarefa fácil, dado o grau de subjetividade envolvido. Não raro, inovações cientificas surgem a partir de uma gama de pequenos estudos, os quais criam a massa critica necessária para as grandes descobertas. Contudo, acredito que há espaço para melhoras.

A principal mudança está relacionada à importância das fricções nos modelos. Não que isto seja novidade, ha inúmeros exemplos de modelos macroeconômicos com fricções reais ou nominais. Contudo, estas estarão cada vez mais no centro da análise. Assim, ferramentas como o teorema da irrelevância da estrutura de capital (Modigliani e Miller), a estrutura de mercados completos ou mesmo a hipótese de expectativas racionais serão paulatinamente modificadas ou substituídas para que a análise torne-se mais rica. O dilema é que estas extensões não irão simplificar os modelos, pelo contrario, irão torná-los ainda mais complexos, demandando maior formalização matemática, estatística e computacional.

O que será excelente, diga-se de passagem, desde que reconheçamos que todas estas técnicas são apenas ferramentas a serem utilizadas no estudo de questões importantes para a macroeconomia.

Tiago Severo é doutorando em Economia na Harvard University.

e colaborador no Blog do Cristiano – http://cristianomcosta.blogspot.com/

Imagem: philsbackupsite

Filed Under: Economia

O método TTFF

18 de agosto de 2009 by melhoresinvestimentos Leave a Comment

Esse é um método que eu utilizo para identificar tanto as tendências de curto prazo quanto seus respectivos recuos, que são onde eu desejo estar MUITO ATENTO para poder entrar no trade. Sua base é simples, porém, na minha opinião, muito eficiente.

Portanto vamos ao método:

Uma tendência de alta é definida como “topos e fundos ascendentes”.

Ao contrário, uma tendência de baixa é definida por “topos e fundos descendentes”.

TOPO, em tendência de alta, é marcado no gráfico sempre que os preços se afastam acima da ZONA DE ATIVAÇÃO e fazem um pullback “entrando” novamente nela.

TOPO, em tendência de baixa, é marcado no no gráfico sempre que os preço entram na ZONA DE ATIVAÇÂO e voltam a cair.

FUNDO, em tendência de alta, é marcado no gráfico quando os preços entram na ZONA DE ATIVAÇÃO e voltam a subir.

FUNDO, em tendência de baixa, é marcado no gráfico quando os preços se afastam abaixo da ZONA DE ATIVAÇÃO, e voltam a subir.

ZONA DE ATIVAÇÃO é a região entre as média de 9,14 e 21 períodos.


COMO OPERAR:

Primeiramente sempre que visualizar um topo no gráfico eu coloco a letra T sobre ele, e assim, sempre que eu visualizar um fundo eu coloco a letra F sob ele. Eu vou movendo essas marcações (2 Ts e 2 Fs) sempre que um novo topo ou fundo é encontrado.

Enquanto os topos forem ascendentes, e preferencialmente, os fundos também , ou seja, estou em tendência de alta, todo RECUO para DENTRO DA ZONA DE ATIVAÇÃO eu tento em entrar, na COMPRA, no trade.

Quandos os fundos já não forem mais ascendentes, e portanto o fundo atual for menor que o anterior, ou seja, pode ser o início de uma nova tendência de baixa de curtissímo, todo RECUO para DENTRO DA ZONA DE ATIVAÇÃO eu tento em entrar, na VENDA, no trade.

Enquanto os fundos forem descendentes, e preferencialmente, os topos também , ou seja, estou em tendência de baixa, todo RECUO para DENTRO DA ZONA DE ATIVAÇÃO eu tento em entrar, na VENDA, no trade.

Quandos os topos já não forem mais descendentes, e portanto o topo atual for maior que o anterior, ou seja, pode ser o início de uma nova tendência de alta de curtissímo, todo RECUO para DENTRO DA ZONA DE ATIVAÇÃO eu tento entrar, na COMPRA, no trade.

Parece simples né??? E me ajuda e muito.

Vamos aos gráficos portanto:

Papel em tendência de alta: compras dentro da zona de ativação.

Papel em tendência de baixa: vendas dentro da zona de ativação.

Mudança de tendência de alta para baixa:

Mudança de tendência de baixa para alta:

obs1.: Há a possibilidade dos topos estarem alinhados, assim como os fundos, caracterizando um retangulo, como ocorre em PETR4 atualmente, e dependendo de onde ele está formado há muita gente que opera seus rompimentos.

Outras configurações de topos de fundos não sendo estas descritas, não acredito que são boas oportunidades de trade.

obs2.: O intuito de definir algo deste tipo é melhorar e muito a visualização, com o auxílio das marcações, da situação de determinado ativo no curto prazo, facilitando assim o cumprimento do velho ditado ” Opere o que você vê não o que você acha!!!”.

Abs e bons negócios

Postado por GB Trader

Filed Under: Analise gráfica

Adivinhar o futuro ficou mais difícil

15 de agosto de 2009 by melhoresinvestimentos Leave a Comment

Previsões para quase tudo, do preço da gasolina a gastos com publicidade, desmoronaram no ano passado diante do choque econômico causado pela recessão. A onda de opacidade nas bolas de cristal ressalta uma realidade inconveniente sobre o negócio de prever o futuro: quanto mais importante é o cenário, mais difícil antevê-lo.

“Assim que você colocar a previsão no papel, algo inesperado vai acontecer”, diz Tancred Lidderdale, economista sênior da Administração de Informações sobre Energia, órgão do governo americano. “A melhor perspectiva de quem prevê algo é que as boas notícias imprevistas compensarão as más notícias imprevistas.”

Essa estratégia não deu muito certo no ano passado para Lidderdale e outros profissionais do ramo de previsões. Em dezembro de 2007, a agência dizia que o petróleo referencial dos EUA oscilaria entre US$ 75 e US$ 85 por barril em 2008. Em vez disso, a commodity passou de US$ 130 no meio do ano e caiu para US$ 41 em dezembro.

Na mesma época, uma previsão importante da indústria hoteleira dizia que a taxa de ocupação dos hotéis no quarto trimestre do ano passado ficaria praticamente inalterada em relação ao mesmo período de um ano antes. A ocupação acabou caindo 8%.

E a Veronis Suhler Stevenson, firma que faz previsões sobre a receita publicitária bastante acompanhadas, tomou a medida sem precedentes de revisar sua estimativa no meio do ano, depois que a previsão de expansão anual de 2,4% que havia divulgado se mostrara totalmente errônea; no fim das contas a receita caiu 2,9%.

Os autores dessas previsões, que publicaram autocríticas, se destacam em relação aos colegas do ramo não por causa dos grandes erros, mas pelas tentativas de acompanhar o próprio histórico de precisão. Muitas previsões de receita não são ponderadas pelo reconhecimento do desempenho de previsões anteriores. “Há uma escassez generalizada de pensamento quantitativo entre os profissionais que estabelecem e avaliam essas previsões”, diz Len Tashman, editor da revista setorial “Foresight”.

Entre os que realmente acompanham o desempenho de suas previsões, fica claro que o desempenho geralmente não é melhor do que o de um simples algoritmo. Eles também têm que enfrentar uma dose dupla de incerteza, a primeira proveniente de sua própria incerteza em relação ao setor em que trabalham, e a segunda oriunda dos possíveis erros nos cálculos de outras previsões das quais dependem para tecer suas próprias conclusões – especialmente em relação a tendências econômicas mais amplas.

Às vezes a previsão nem mesmo trata do futuro, dizem alguns pesquisadores. O verdadeiro objetivo de algumas previsões, diz Kesten Green, que estuda essa área na Universidade Monash, em Melbourne, Austrália, às vezes é apavorar a equipe de vendas ou alarmar o suficiente a opinião pública para motivar alguma ação.

Alguns autores entendem que a exatidão das previsões é algo relativo e que depende do método usado. Jack Corgel, professor de ativos imobiliários da Universidade Cornell, de Ithaca, nos EUA, e consultor sênior da PKF Hospitality Research, avaliou o histórico da PKF em prever indicadores do setor hoteleiro em 2005. Ele usou a variação entre as previsões da firma e os números oficiais. Corgel diz que a empresa acertou entre 98% e 99,9% das várias previsões que fez sobre o mercado hoteleiro americano.

Alcançar essas metas é fácil, especialmente diante da metodologia empregada para identificar os acertos. Basicamente, Corgel disse que se as previsões errarem em 1%, significa que elas acertam 99% das vezes. Não há nenhum problema em adotar esse sistema; mas suponha que a receita do setor hoteleiro por quarto se alterne de US$ 100 a US$ 102 ao longo dos anos, e que as previsões indiquem receita média de US$ 101. Assim, a estimativa sempre terá um índice de acerto de ao menos 99%, mas nunca informará aos donos de hotéis quando os números caem ou sobem.

Um padrão melhor, dizem os responsáveis pelas previsões, seria comparar os dados com alternativas confiáveis, como um padrão contínuo de expansão. Se o padrão corrobora seus dados, então você está no caminho certo.

Corgel diz que o setor hoteleiro prefere o seu tipo de avaliação, que não envolve testes como esse. Ele acrescenta que planeja realizar uma nova avaliação das previsões mais recentes. “Toda vez que começamos a seguir esse padrão, acontece alguma coisa”, diz ele, citando a recessão como o choque imprevisto mais recente. “Se pudéssemos prever os choques, seríamos um bando de gênios”, disse Corgel.

A recessão também colaborou para o tropeço do governo americano na hora de prever o cenário de curto prazo da cotação do petróleo. Agora a agência decidiu que divulgar suas incertezas é “um projeto da maior prioridade”, diz Lidderdale. A partir do mês que vem algumas previsões vão contar com probabilidades, para que os traders de commodities saibam qual é possibilidade de a previsão errar feio – isso se admitirmos que os autores sabem prever qual é a probabilidade de que suas próprias estimativas vão errar o alvo.

A Administração Federal da Aviação Civil dos EUA errou várias vezes nos últimos dez anos quando tentou prever com dez ou mais anos de antecedência qual seria a demanda por viagens aéreas, previsão importante para que aeroportos e fabricantes de aviões se preparem para o futuro. Nan Shellabarger, diretora do departamento de política e planejamento da agência, aponta os atentados de 11 de setembro de 2001 e a atual recessão como choques que não foram possíveis de prever.

Carl Bialik, The Wall Street Journal

Editado do blog Avaliação de Empresas

Imagem: redbubble.com

Filed Under: Economia

Mercado Futuro da BM&F

14 de agosto de 2009 by melhoresinvestimentos Leave a Comment

Nos mercados futuros negociam-se direitos sobre alguma mercadoria ou objeto financeiro. No Brasil, dentre as mercadorias negociadas destacam-se soja, café, milho e boi gordo enquanto que dentre os ativos financeiros há destaque para os contratos de DI 1 dia, dólar e Ibovespa.

Visando popularizar os mercados futuros, o segmento BM&F disponibilizou também minicontratos de alguns desses ativos, como, por exemplo, o Ibovespa e o dólar, que diferem dos contratos usuais pelo tamanho dos contratos, correspondendo a um percentual dos respectivos contratos padrões.

A utilização de mercados futuros como proteção, ou hedge, tem papel de destaque no tocante às modalidades de futuros de mercadorias. Por exemplo, um pecuarista pode estar preocupado com fatores que podem conduzir a uma queda no preço futuro do gado no momento em que se pretende comercializá-lo, que pode ser tal que leve a um prejuízo na sua produção considerando-se todos os custos e riscos envolvidos. Assim, ele poderia vender contratos futuros de boi gordo visando se proteger ante a uma eventual perda decorrente da queda na cotação futura R$/@ (uma arroba corresponde a 30 kgs). Os contratos futuros de boi gordo são negociados mensalmente sendo que a data de vencimento corresponde ao último dia útil do mês de vencimento. O tamanho do contrato é de 330 @. Desse modo, o volume de cada contrato é dado por R$/@ x 330. Ou seja, cada variação de R$1,00 na cotação do contrato futuro de boi gordo corresponde a R$ 330,00 por contrato.

A operacionalização nos mercados futuros se dá através da utilização de margens, que essencialmente são um percentual do valor da operação e que são utilizadas como um mecanismo que oferece garantias de que os compromissos serão honrados. As margens definem o grau de alavancagem em um determinado mercado e variam de acordo com as mercadorias e ativos financeiros, de modo a refletirem os riscos associados.

Por exemplo, suponha que em 11/08/2009 um hedger tenha vendido um contrato futuro de boi gordo ao último preço cotado do contrato com vencimento em outubro (R$ 83,40/@). Assim o volume financeiro resultante da venda de um contrato teria sido de R$25.522,00. Por se tratar de um valor que virá a ser recebido no futuro, i.e., a cotação poderá estar abaixo (o que daria lucro para o vendedor) ou acima (acarretando em prejuizo para o vendedor), uma margem inicial é então requerida, que no caso seria de R$ 965,11 por contrato, o que significa uma alavancagem de 1 para 28,5. Ao final de cada pregão, a BM&F determina o preço de ajuste para cada contrato em aberto, sobre o qual será feito o ajuste diário de todas as posições. O valor do ajuste diário (ADt), se positivo, é creditado ao titular da posição compradora e debitado ao titular da posição vendedora. Caso o valor seja negativo, será debitado ao comprador e creditado ao vendedor.

O ajuste diário das posições no dia em que é fechado o negócio se dá de acordo com a fórmula abaixo:

ADt = (PAt – PO) × 330 × n

onde: ADt = valor do ajuste diário;
PAt = preço de ajuste do dia;
PO = preço da operação;
n = número de contratos;

No exemplo, o preço de ajuste em 11/09/2009 foi de R$ 83,56/@, logo: ADt = (83,56-83,40) × 330 × 1= 52,8. Portanto, haveria um débito na conta margem (pois a posição é vendida), que passaria a ser (no dia 12/08) de R$ 912,31, após o ajustamento.

Já as posições em aberto se ajustam de acordo com a fórmula:

ADt = (PAt – PAt–1) × 330 × n

onde: PAt–1 = preço de ajuste do dia anterior.

Continuando o exemplo, vamos supor que ao final do dia de hoje (12/08) a cotação de ajustamento venha a ser de R$ 83,10. Neste caso, o ajuste será de: ADt = (83,10-83,56) × 330 × 1= -151,8. Portanto, haveria um crédito na conta margem, que passaria a ser (no dia 13/08) de R$ 1.064,11.

Vale notar que o mesmo se aplica aos contratos financeiros. Por exemplo, um importador pode adquirir contratos futuros de dólar com o intuito se proteger ante a uma determinada desvalorização do real em relação ao dólar.

Os iniciantes podem entrar no simulador da BM&F (entra link: http://simulador.bmf.com.br/), no qual recebem R$150.000,00 fictícios para participarem de um torneio que poderão ser utilizados em diferentes mercados futuros. É uma maneira divertida e prudente de ir se familiarizando com o funcionamento dos mercados futuros.

Paulo C. Coimbra (FUCAPE Business School) escreve no Blog do Cristiano M. Costa todas as quartas-feiras e escreve mensalmente uma coluna sobre Derivativos na InfoMoney.

Imagem: ehow.com

Filed Under: Mercado financeiro

A Crise e o Investidor Abutre

11 de agosto de 2009 by melhoresinvestimentos Leave a Comment

A forte recessão criou oportunidades para o investidor abutre como nunca antes. Os dados mais recentes mostram que acordos de aquisição baseados em dívida de recebimento duvidoso – em que detentores de títulos de dívida de difícil recebimento aproveitam a posição de credores para adquirir o controle da empresa em dificuldades – já são quase o dobro do número registrado em 2008. Cerca de 140 desses acordos foram fechados em 2009, ante 102 transações do tipo no ano passado, segundo a Dealogic.

Se combinados, os acordos valem US$ 84,4 bilhões, ante US$ 20 bilhões em 2008. E eles envolvem empresas de praticamente todos os recantos da economia americana, da fabricante de autopeças Delphi Corp. à varejista Eddie Bauer ou à rede hoteleira Extended Stay America.

Nesses casos, os credores não estão interessados em receber pagamentos mensais, mas em usar as aplicações para tentar adquirir o controle das empresas. É o equivalente a um banco que concede um empréstimo a alguém que compra uma casa com o objetivo de executar judicialmente uma hipoteca em atraso. Estratégias como essas sempre existiram e são conhecidas no mundo financeiro como “emprestar para tomar posse” e acordos “abutre”. Mas o volume e a velocidade desses acordos nunca foram tão grandes, dizem banqueiros e advogados.

Os credores de hoje em dia são “cada vez mais fundos de hedge de olho numa estratégia de emprestar para tomar posse”, disse Barry Ridings, vice-presidente do conselho do banco americano de investimento Lazard Freres & Co. LLC. Em empresas problemáticas que não conseguem quitar suas dívidas, é comum que os conselhos considerem que ceder o controle aos credores “é a melhor maneira de maximizar o valor”, disse Ridings. Esses acordos estão mudando a maneira como trabalham os banqueiros e advogados de Wall Street. Ultimamente, os advogados de fusões e aquisições colaboram cada vez mais com o departamento de concordata de suas empresas e as firmas de reestruturação.

A tendência ficou evidente em junho, quando o fundo de hedge Elliott Management assumiu uma fatia ainda maior do empréstimo de concordata da Delphi Corp. – usado pela empresa para continuar operando em recuperação judicial. Isso na prática impediu que outros investidores assumissem o controle da Delphi.

A operadora de parques temáticos Six Flags Inc. fechou um acordo negociado antes de pedir concordata que passaria o controle da empresa aos credores. O plano, negociado com um grupo de firmas de participações como a Silver Point Capital e a Beach Point Capital, envolveria a rolagem de mais de US$ 1 bilhão em troca de novas dívidas e fatia de 92% da empresa quando ela saísse da recuperação judicial.

As oportunidades para esse tipo de acordo devem crescer. O Bank of America Merrill Lynch calcula que cerca de US$ 145 bilhões em dívidas podem entrar em moratória este ano, US$ 130 bilhões no ano que vem e US$ 120 bilhões em 2011. Os índices de inadimplência estão na casa dos 10%, ante 4% em 2008 e menos de 1% em 2007, quando o crédito era fácil e a economia estava forte. “Isso vai continuar por mais três ou quatro anos, com toda a dívida que ainda vai vencer”, disse Scott Levy, chefe de fusões e aquisições sob condições adversas do Bank of America Merrill Lynch. “O valor absoluto previsto para as dívidas em moratória é seis ou sete vezes maior” que o da recessão do início dos anos 90.

O movimento maior desse nicho vem ocorrendo no mercado imobiliário. Fundos de hedge e outros investidores estão captando recursos para investir na onda de imóveis comerciais em execução judicial que se espera que chegue ao mercado. Cerca de US$ 123,7 bilhões em imóveis comerciais estão em moratória, execução judicial ou recuperação judicial, segundo a Real Capital Analytics. E, ao contrário dos acordos tradicionais, conduzidos em segredo entre os alvos e os compradores, os tribunais de falência geralmente divulgam as informações sobre seus casos. A Southwest Airlines Co., por exemplo, informou recentemente que iria fazer uma oferta concorrente pela companhia aérea concordatária Frontier, depois de esta ter revelado que tinha recebido oferta da Republic Airways Holdings Inc.

Negócios envolvendo crédito de recebimento duvidoso costumam envolver táticas impiedosas. Este ano, o diretor-presidente da Integra Telecom Inc., Dudley Slater, se reuniu com Michael Leitner, diretor-gerente da Tennenbaum Capital Partners LLC e investidor importante da dívida júnior da firma de telecomunicação. Slater explicou que a Integra continuava lucrativa, mas os lucros não estavam crescendo, e isso levaria a violação das cláusulas de seus empréstimos. Credores sênior queriam juros altos para reestruturar a dívida de US$ 1,3 bilhão da empresa.

Quando detentores de dívida júnior como Leitner levantaram a possibilidade de concordata, “eu fiquei muito chocado”, disse Slater. Hoje, Tennenbaum e outros credores júnior estão prestes a assumir o controle da Integra, depois de trocar US$ 700 milhões em dívidas por participação na empresa, dentro de um acordo fechado fora dos tribunais. Passar a empresa para o controle dos atuais credores foi a única escolha da Integra, disse Slater. “A vida é sempre melhor quando você tem opções e, neste caso, não tínhamos opções”, disse ele.

Mike Spector e Jeffrey McCracken, The Wall Street Journal

Filed Under: Crise financeira

Desemprego nos EUA: fundo do poço?

7 de agosto de 2009 by melhoresinvestimentos Leave a Comment

O corte de empregos nos Estados Unidos caíram no mês passado enquanto a taxa de desemprego surpreendentemente recuou. Mais um dado positivo que a economia americana pode estar saindo do pior momento da crise.

O mercado de trabalho americano fechou 247 mil vagas em julho, informou agora há pouco o Departamento de Trabalho dos EUA, a menor queda desde agosto do ano passado, quando foram fechados 175 mil postos, e inferior ao corte de 275 mil postos esperado pelo mercado.

Já a taxa de desemprego ficou em 9,4% em julho, queda de 0,1 ponto percentual. Essa foi a primeira queda da taxa em 14 meses. O mercado esperava uma alta para 9,6%, o que também foi considerado positivo.

Os cortes, claro, seguem muito elevados para os padrões americanos. Os EUA perderam 6,7 milhões de empregos desde o início da recessão. E vale lembrar que a taxa de desemprego estava em 6% um ano atrás.

Segundo o Departamento de Trabalho, os cortes foram reduzidos em uma variedade de indústrias e diversos serviços, enquanto o setor automotivo apresentou um raro aumento, antecipando questões sazonais do último mês.

No gráfico abaixo, o mês a mês dos cortes de emprego nos EUA.

Emprego nos EUA ainda não chegou ao fundo do poço

O ritmo de corte de empregos nos Estados Unidos recuou em julho (para 247 mil vagas) e a taxa de desemprego melhorou pela primeira vez em 14 meses (para 9,4%). Mas isso não significa que a crise no mercado de trabalho americano chegou ao fim. Novos cortes são esperados para os próximos meses.

A mensagem principal dos números divulgados nesta sexta-feira pelo Departamento de Trabalho dos EUA é que a economia americana está cortando menos empregos, o que é uma boa notícia. É um sinal que o setor está próximo de seu pior momento, de onde começará a sair em algum momento.

João Pedro Ribeiro, economista da Tendências, chama atenção que a PEA (População Economicamente Ativa) nos EUA caiu 422 mil trabalhadores em julho, um sinal de desalento. Menos trabalhadores estão procurando emprego.

— Mas pelo menos o setor sinaliza taxas menos ruins e alguma tendência de estabilização — afirma o economista. — É importante porque a taxa escalou muito rapidamente, de 8,1% em fevereiro para 9,5% em junho.

Segundo ele, novos cortes são esperados para o curto prazo, mas em ritmo cada vez menor. Pelas projeções da Tendências, ainda não ajustadas após os dados desta sexta-feira, a taxa de desemprego nos EUA deve encerrar o ano em 10,2%.

Bruno Villas Boas

Blog da Miriam Leitão

Filed Under: Crise financeira

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