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Modelos Macroeconômicos

Modelos Macroeconômicos

19 de agosto de 2009 by melhoresinvestimentos Leave a Comment

Recentemente, iniciou-se um enorme debate, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, a respeito da utilidade do atual arcabouço teórico econômico, o qual e utilizado pela maioria dos pesquisadores e ensinado nos cursos de graduação e pós-graduação das principais universidades ao redor do mundo. A meu juízo, a discussão em si é bastante válida, pois este tipo de reflexão serve de base para inovações teóricas e práticas que contribuem para o avanço de qualquer ciência. Aproveito esta oportunidade para expor o meu ponto de vista sobre alguns aspectos relacionados ao tema, com ênfase na complexidade dos modelos econômicos.

Em geral, entendo que não ha excesso de matemática nos modelos mainstream, especialmente os modelos macroeconômicos mais importantes. As principais contribuições teóricas e empíricas em macroeconomia, os artigos seminais os quais revolucionaram o campo e servem de base para elaboração de políticas publicas, todos eles são, essencialmente, grandes idéias formalizadas de forma relativamente simples e intuitiva. Ainda que eventualmente contenham um pouco mais de estrutura matemática ou estatística, no seu âmago reside uma forma brilhante de pensar a respeito de um problema da realidade. Talvez a maior dificuldade com a pesquisa macroeconômica seja uma certa escassez de boas idéias, não excesso de formalização.

Modelos Macroeconomicos

E muito difícil gerar idéias inovadoras ou revolucionárias a todo o momento. Estas ocorrem esporadicamente, fruto de contínuo esforço de mentes privilegiadas. Na maior parte do tempo, tais inovações simplesmente não surgem. Na ausência de um grande insight, o macroeconomista, bem como qualquer pesquisador em outras áreas, tende a relaxar hipóteses existentes em modelos anteriores ou considerar pequenas extensões de pesquisas passadas. Estas modificações sempre requerem maior grau de formalização matemática ou estatística, sendo que os resultados finais são, via de regra, marginalmente diferente. Como a maioria dos artigos publicados pertence a esta categoria de contribuições marginais, fica-se com a sensação de que há muita matemática para pouco conteúdo.

Isso não significa, necessariamente, que devamos mudar completamente o curso da pesquisa macroeconômica. Em primeiro lugar, esta é uma atividade que envolve riscos: é difícil saber com antecedência quando uma linha de pesquisa será muita ou pouco produtiva. Em segundo lugar, medir a produtividade ou relevância da pesquisa em macroeconomia não é tarefa fácil, dado o grau de subjetividade envolvido. Não raro, inovações cientificas surgem a partir de uma gama de pequenos estudos, os quais criam a massa critica necessária para as grandes descobertas. Contudo, acredito que há espaço para melhoras.

A principal mudança está relacionada à importância das fricções nos modelos. Não que isto seja novidade, ha inúmeros exemplos de modelos macroeconômicos com fricções reais ou nominais. Contudo, estas estarão cada vez mais no centro da análise. Assim, ferramentas como o teorema da irrelevância da estrutura de capital (Modigliani e Miller), a estrutura de mercados completos ou mesmo a hipótese de expectativas racionais serão paulatinamente modificadas ou substituídas para que a análise torne-se mais rica. O dilema é que estas extensões não irão simplificar os modelos, pelo contrario, irão torná-los ainda mais complexos, demandando maior formalização matemática, estatística e computacional.

O que será excelente, diga-se de passagem, desde que reconheçamos que todas estas técnicas são apenas ferramentas a serem utilizadas no estudo de questões importantes para a macroeconomia.

Tiago Severo é doutorando em Economia na Harvard University.

e colaborador no Blog do Cristiano – http://cristianomcosta.blogspot.com/

Imagem: philsbackupsite

Filed Under: Economia

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