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Economia

A Economia de Consumo

24 de agosto de 2009 by melhoresinvestimentos Leave a Comment

A crise financeira de 2008 gerou uma idéia contagiante que se espalhou rapidamente: a de que a causa fundamental da crise foi o consumo excessivo, e que isso precisaria ser contido de várias formas.

Primeiro, é preciso lembrar, esta crise financeira foi causada pela crença exagerada nos modelos econométricos desenvolvidos pela Escola de Chicado, baseados em simplificações da realidade, como “expectativas racionais”, “curvas gaussianas”, e assim por diante, como exposto nos livros de Nassim Taleb. Não foi somente ganância, como muitos estão querendo vender, nem alavancagem para comprar casas próprias.

Segundo, o consumo excessivo é o consumo americano.

6 bilhões de habitantes do mundo querem ter pelo menos 25% do que o americano médio consome hoje.

Assim sendo, o consumo do mundo irá crescer exponencialmente, e será nossa função, como administradores, gerar esta produção da forma mais sustentável possível. E não conclamar os pobres a consumirem menos.

É muito fácil um Professor de Harvard sair criticando o sistema de “produção” e continuar a viajar de avião até Washington para participar de um debate sobre ecologia, sem reduzir em absolutamente nada o seu consumo. Deveria tentar reduzi-lo em 75%, no mínimo.

É muito fácil um intelectual escrever um artigo sobre “Consumo Consciente” no jornal mais importante do país, totalmente alheio ao custo de derrubar uma árvore, transportar seu artigo km até o Amapá quando usar a internet seria mais correto.

É muito fácil criticar a redução de 15% da floresta tropical depois que europeus e americanos terem destruído 100% das florestas temperadas.

O custo para termos um mundo sem carbono é estimado em 3 trilhões de dólares. Cedo ou tarde, teremos de arcar com esse custo. De onde virão esses 3 trilhões?

Governos ainda não adotam técnicas de administração criadas em 1960, como “Orçamento Base Zero”, em que todas as despesas do ano seguinte são analisadas do zero.

Normalmente, projetos de governos anteriores têm certos “direitos adquiridos”, e novos projetos de governo são sempre custos adicionais — e por isso os impostos não param de subir. Criou despesa, ficou.

Eu acredito que temos cientistas capazes de produzir soluções, especialmente em energia solar, as quais nos permitirão captar energia sem dano ecológico algum. Esta energia será, no mínimo, 10 vezes maior do que precisamos atualmente. Poderemos usar esta energia até para limpar o dano já feito.

Ecologistas estão defendendo a segunda lei da termodinâmica. Só que o mundo organizado requer energia — não há como escapar.

Eu tenho certeza de que seremos capazes de reinventar produtos e serviços de forma mais sustentável. E é o que estamos fazendo, mas ninguém comenta. Exemplos:

1. Substituímos milhões de cartas, carteiros, correios e papel por e-mails. Lutamos anos a fio contra os alguns intelectuais porque estávamos desempregando os carteiros. Não há soluções perfeitas.

2. Substituímos milhões de discos em vinil, em plástico, que duram 100 anos nos depósitos de lixo, por arquivos de mp3.

3. Criamos uma economia de serviços que hoje representa 70% do PIB, a qual, a rigor, não é nada mais que uma troca de favores entre pessoas. Você cuida da contabilidade de minha clínica e eu cuidarei de você quando doente. O setor industrial, o ecologicamente mais problemático representa menos do que 15% do PIB. O resto é agricultura e mineração.

Reduzir o consumo não é a bandeira correta, apesar de milhares de intelectuais estarem pregando isso em sala de aula. No entanto, eles, ao contrário de seus jovens alunos, já têm tudo o que querem: uma casa, um carro, uma aposentadoria etc.

A idéia de que o “big business” e o “corporation” são ruins, e que os “ecologistas” são o lado bom da sociedade, é simpática para quem não está pensando nos 6 bilhões de seres humanos que gostariam de ter 25% da renda e da capacidade de consumo destes próprios ecologistas.

Administradores socialmente responsáveis agem de modo diferente dos empresários e capitalistas que, segundo os ecologistas, teoricamente dominam o mundo. Nossa missão é produzir tudo de forma responsável, mas somos politicamente fracos, não sei porque.

Stephen Kanitz

Filed Under: Economia

Modelos Macroeconômicos

19 de agosto de 2009 by melhoresinvestimentos Leave a Comment

Recentemente, iniciou-se um enorme debate, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, a respeito da utilidade do atual arcabouço teórico econômico, o qual e utilizado pela maioria dos pesquisadores e ensinado nos cursos de graduação e pós-graduação das principais universidades ao redor do mundo. A meu juízo, a discussão em si é bastante válida, pois este tipo de reflexão serve de base para inovações teóricas e práticas que contribuem para o avanço de qualquer ciência. Aproveito esta oportunidade para expor o meu ponto de vista sobre alguns aspectos relacionados ao tema, com ênfase na complexidade dos modelos econômicos.

Em geral, entendo que não ha excesso de matemática nos modelos mainstream, especialmente os modelos macroeconômicos mais importantes. As principais contribuições teóricas e empíricas em macroeconomia, os artigos seminais os quais revolucionaram o campo e servem de base para elaboração de políticas publicas, todos eles são, essencialmente, grandes idéias formalizadas de forma relativamente simples e intuitiva. Ainda que eventualmente contenham um pouco mais de estrutura matemática ou estatística, no seu âmago reside uma forma brilhante de pensar a respeito de um problema da realidade. Talvez a maior dificuldade com a pesquisa macroeconômica seja uma certa escassez de boas idéias, não excesso de formalização.

Modelos Macroeconomicos

E muito difícil gerar idéias inovadoras ou revolucionárias a todo o momento. Estas ocorrem esporadicamente, fruto de contínuo esforço de mentes privilegiadas. Na maior parte do tempo, tais inovações simplesmente não surgem. Na ausência de um grande insight, o macroeconomista, bem como qualquer pesquisador em outras áreas, tende a relaxar hipóteses existentes em modelos anteriores ou considerar pequenas extensões de pesquisas passadas. Estas modificações sempre requerem maior grau de formalização matemática ou estatística, sendo que os resultados finais são, via de regra, marginalmente diferente. Como a maioria dos artigos publicados pertence a esta categoria de contribuições marginais, fica-se com a sensação de que há muita matemática para pouco conteúdo.

Isso não significa, necessariamente, que devamos mudar completamente o curso da pesquisa macroeconômica. Em primeiro lugar, esta é uma atividade que envolve riscos: é difícil saber com antecedência quando uma linha de pesquisa será muita ou pouco produtiva. Em segundo lugar, medir a produtividade ou relevância da pesquisa em macroeconomia não é tarefa fácil, dado o grau de subjetividade envolvido. Não raro, inovações cientificas surgem a partir de uma gama de pequenos estudos, os quais criam a massa critica necessária para as grandes descobertas. Contudo, acredito que há espaço para melhoras.

A principal mudança está relacionada à importância das fricções nos modelos. Não que isto seja novidade, ha inúmeros exemplos de modelos macroeconômicos com fricções reais ou nominais. Contudo, estas estarão cada vez mais no centro da análise. Assim, ferramentas como o teorema da irrelevância da estrutura de capital (Modigliani e Miller), a estrutura de mercados completos ou mesmo a hipótese de expectativas racionais serão paulatinamente modificadas ou substituídas para que a análise torne-se mais rica. O dilema é que estas extensões não irão simplificar os modelos, pelo contrario, irão torná-los ainda mais complexos, demandando maior formalização matemática, estatística e computacional.

O que será excelente, diga-se de passagem, desde que reconheçamos que todas estas técnicas são apenas ferramentas a serem utilizadas no estudo de questões importantes para a macroeconomia.

Tiago Severo é doutorando em Economia na Harvard University.

e colaborador no Blog do Cristiano – http://cristianomcosta.blogspot.com/

Imagem: philsbackupsite

Filed Under: Economia

Adivinhar o futuro ficou mais difícil

15 de agosto de 2009 by melhoresinvestimentos Leave a Comment

Previsões para quase tudo, do preço da gasolina a gastos com publicidade, desmoronaram no ano passado diante do choque econômico causado pela recessão. A onda de opacidade nas bolas de cristal ressalta uma realidade inconveniente sobre o negócio de prever o futuro: quanto mais importante é o cenário, mais difícil antevê-lo.

“Assim que você colocar a previsão no papel, algo inesperado vai acontecer”, diz Tancred Lidderdale, economista sênior da Administração de Informações sobre Energia, órgão do governo americano. “A melhor perspectiva de quem prevê algo é que as boas notícias imprevistas compensarão as más notícias imprevistas.”

Essa estratégia não deu muito certo no ano passado para Lidderdale e outros profissionais do ramo de previsões. Em dezembro de 2007, a agência dizia que o petróleo referencial dos EUA oscilaria entre US$ 75 e US$ 85 por barril em 2008. Em vez disso, a commodity passou de US$ 130 no meio do ano e caiu para US$ 41 em dezembro.

Na mesma época, uma previsão importante da indústria hoteleira dizia que a taxa de ocupação dos hotéis no quarto trimestre do ano passado ficaria praticamente inalterada em relação ao mesmo período de um ano antes. A ocupação acabou caindo 8%.

E a Veronis Suhler Stevenson, firma que faz previsões sobre a receita publicitária bastante acompanhadas, tomou a medida sem precedentes de revisar sua estimativa no meio do ano, depois que a previsão de expansão anual de 2,4% que havia divulgado se mostrara totalmente errônea; no fim das contas a receita caiu 2,9%.

Os autores dessas previsões, que publicaram autocríticas, se destacam em relação aos colegas do ramo não por causa dos grandes erros, mas pelas tentativas de acompanhar o próprio histórico de precisão. Muitas previsões de receita não são ponderadas pelo reconhecimento do desempenho de previsões anteriores. “Há uma escassez generalizada de pensamento quantitativo entre os profissionais que estabelecem e avaliam essas previsões”, diz Len Tashman, editor da revista setorial “Foresight”.

Entre os que realmente acompanham o desempenho de suas previsões, fica claro que o desempenho geralmente não é melhor do que o de um simples algoritmo. Eles também têm que enfrentar uma dose dupla de incerteza, a primeira proveniente de sua própria incerteza em relação ao setor em que trabalham, e a segunda oriunda dos possíveis erros nos cálculos de outras previsões das quais dependem para tecer suas próprias conclusões – especialmente em relação a tendências econômicas mais amplas.

Às vezes a previsão nem mesmo trata do futuro, dizem alguns pesquisadores. O verdadeiro objetivo de algumas previsões, diz Kesten Green, que estuda essa área na Universidade Monash, em Melbourne, Austrália, às vezes é apavorar a equipe de vendas ou alarmar o suficiente a opinião pública para motivar alguma ação.

Alguns autores entendem que a exatidão das previsões é algo relativo e que depende do método usado. Jack Corgel, professor de ativos imobiliários da Universidade Cornell, de Ithaca, nos EUA, e consultor sênior da PKF Hospitality Research, avaliou o histórico da PKF em prever indicadores do setor hoteleiro em 2005. Ele usou a variação entre as previsões da firma e os números oficiais. Corgel diz que a empresa acertou entre 98% e 99,9% das várias previsões que fez sobre o mercado hoteleiro americano.

Alcançar essas metas é fácil, especialmente diante da metodologia empregada para identificar os acertos. Basicamente, Corgel disse que se as previsões errarem em 1%, significa que elas acertam 99% das vezes. Não há nenhum problema em adotar esse sistema; mas suponha que a receita do setor hoteleiro por quarto se alterne de US$ 100 a US$ 102 ao longo dos anos, e que as previsões indiquem receita média de US$ 101. Assim, a estimativa sempre terá um índice de acerto de ao menos 99%, mas nunca informará aos donos de hotéis quando os números caem ou sobem.

Um padrão melhor, dizem os responsáveis pelas previsões, seria comparar os dados com alternativas confiáveis, como um padrão contínuo de expansão. Se o padrão corrobora seus dados, então você está no caminho certo.

Corgel diz que o setor hoteleiro prefere o seu tipo de avaliação, que não envolve testes como esse. Ele acrescenta que planeja realizar uma nova avaliação das previsões mais recentes. “Toda vez que começamos a seguir esse padrão, acontece alguma coisa”, diz ele, citando a recessão como o choque imprevisto mais recente. “Se pudéssemos prever os choques, seríamos um bando de gênios”, disse Corgel.

A recessão também colaborou para o tropeço do governo americano na hora de prever o cenário de curto prazo da cotação do petróleo. Agora a agência decidiu que divulgar suas incertezas é “um projeto da maior prioridade”, diz Lidderdale. A partir do mês que vem algumas previsões vão contar com probabilidades, para que os traders de commodities saibam qual é possibilidade de a previsão errar feio – isso se admitirmos que os autores sabem prever qual é a probabilidade de que suas próprias estimativas vão errar o alvo.

A Administração Federal da Aviação Civil dos EUA errou várias vezes nos últimos dez anos quando tentou prever com dez ou mais anos de antecedência qual seria a demanda por viagens aéreas, previsão importante para que aeroportos e fabricantes de aviões se preparem para o futuro. Nan Shellabarger, diretora do departamento de política e planejamento da agência, aponta os atentados de 11 de setembro de 2001 e a atual recessão como choques que não foram possíveis de prever.

Carl Bialik, The Wall Street Journal

Editado do blog Avaliação de Empresas

Imagem: redbubble.com

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